"Eles (Macabéa e Olímpico) não sabiam com se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém namorado:
- Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?"
Edição: 1ª edição
Editora: Rocco
Número de páginas: 87
Gênero: Literatura Brasileira
O livro conta a história da nordestina Macabéa, uma mulher ingênua e patética. A personagem é rotineira e leva uma vida vazia e sem sentido, pois não é capaz até mesmo de conhecer a si mesma. Ela, apesar de não acreditar em um "Deus", sempre pede perdão pelos seus pecados. Pecados esses, que são qualquer coisa por mais inocente e necessária que seja, pela criação dura que ela teve com a tia, pois perdeu os pais bem cedo. Ela é namorada durante algum tempo por Olímpico, que na realidade deseja se apoveitar dela, coisa que percebe ser impossível pois a ingenuidade de Macabéa e o seu medo de pecar são extremos. A autora possui uma maneira bem peculiar de escrever, pois, além do narrador criado por ela ser um homem, ela permeia a história da nordestina com trechos em que reflete, muitas vezes de forma profunda e sentimental sobre vários temas, como sobre o que é ser humano, os motivos e as necessidades que o narrador tem de escrever e as próprias reflexões dela sobre a história de Macabéa.
Avaliação:
Muito interessante, nunca li, infelizmente, mas tive o grande professor Gustavo pra dar um resumão
ResponderExcluirHumanamente "patética".
ResponderExcluirSer humano talvez seja isso mesmo, deslizar por entre a falsa percepção de sentir, pensar e ser. Eu gosto desse livro justamente pela engenhosa complexidade da Clarice. Ela consegue ser sofisticada e ao mesmo tempo densa. Deliciosamente verdadeira ao nos colocar diante do ridículo e do grotesco em nós mesmos.
Parabéns pela iniciativa. Tratar de Literatura e arte em um mundo tão caduco é desafiador. Avante sempre!
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